A cirurgia de mamas, também conhecida como mamoplastia, mastoplastia, redução e/ou montagem das mamas, objetiva modificar o aspecto estético das mamas, reduzindo seu tamanho (mamoplastia redutora) ou apenas “levantando” (mastopexia), com ou sem a colocação de próteses de mamas de silicone. Podemos e devemos adequar a cirurgia para o tipo de pessoa e de mama que vai ser operada, ou seja, a cirurgia é customizada, e depende do que a paciente quer e de como é o seu corpo . Assim, mamas um pouco caídas podem ser restauradas, levantando-as; mamas assimétricas ( uma muito maior que a outra ou muito diferente da outra)podem ser mais simetrizadas; mamas com muita sobra de pele podem ser aumentadas e ter suas sobras de pele adequadas ao novo tamanho mamário; até mesmo alterações não desejadas em aréolas podem ser melhoradas. O resultado compensador deve ser amplamente discutido antes da tomada de decisão final.
Por ser uma área muito ligada a nossa feminilidade, de importância fundamental em nossa auto-estima, mamas com algumas imperfeições podem nos ser alvo de muita auto-crítica negativa. Nós mulheres sabemos bem que, as mamas que nos agradam fazem qualquer mulher se sentir linda e poderosa. Hoje em dia, a naturalidade do resultado é a coisa mais solicitada, não somente pelas pacientes mas também por nós, cirurgiões plásticos. O que é bonito é o que imita a natureza, que é ao mesmo tempo belo e saudável. Devemos sempre manter as proporções entre o tórax e o quadril da paciente, para preservar ou melhorar a harmonia estética. As técnicas cirúrgicas utilizadas tem esse objetivo, e são conhecidas comumente pelas cicatrizes residuais. Assim temos as cicatrizes em T invertido, mini T invertido, em i, periareolares, a depender do tipo de mama. E sempre é bom lembrar: grandes mudanças=grandes cicatrizes, pequenas mudanças=pequenas cicatrizes.
Não é possível manter o resultado “ para sempre”. Os efeitos do tempo continuarão atuando no processo evolutivo do organismo, além da gravidade. Os resultados podem ser bastante duradouros, e isso depende de coisas como qualidade da pele das mamas, alimentação e estilo de vida, ganho e redução de peso, gestações, tamanho das próteses, se houverem.
Quando optamos por também colocar próteses de mama, essa pode ficar localizada abaixo da glândula mamária, abaixo do músculo peitoral maior ou em plano duplo (dual plane). Após avaliação de seu corpo e suas medidas, indicaremos o que seria melhor para você. Muitas vezes, mais de uma opção é exposta.
São utilizadas a anestesia local com sedação ou anestesia geral para esta cirurgia. O ato cirúrgico demora de 2 a 5 horas, dependendo do planejamento. O período de internação hospitalar é de 5 a 24 horas, podendo variar para mais dependendo de como o paciente está.
Os curativos são parte complementar do ato cirúrgico. O curativo imediatamente após a cirurgia é simples, feito com gazes aolchoadas, além do soutien cirúrgico. As orientações com relação as trocas de curativos serão feitas pela equipe médica, e dependem da evolução do paciente. São bem simples e podem ser feitas em casa, sem maiores problemas. Mesmo assim, você deve retornar ao menos uma vez por semana ao consultório para seguimento pós-operatório, até completar um mês de cirurgia. Depois voltará com 3, 6 e 12 meses. Se optarmos por colocar próteses de mama, costumamos dizer que você vai “casar” conosco, pois a prótese é um corpo estranho e deve ser observada durante toda a vida da paciente, com seguimentos programados pelo menos uma vez ao ano.
Raramente temos queixas de dores intensas no pós-operatório de uma cirurgia de mamas. A descrição é de desconforto, peso, estiramento da pele local. Os analgésicos de uso comum costumam ser utilizados, raramente precisamos de medicações mais fortes para dor.
As cicatrizes são como os diamantes, eternas. Sempre que existe uma solução de continuidade nos nossos tecidos, como na pele, ele responde com o processo cicatricial, objetivando restituir nossa integridade o mais rápido possível. Você deve pensar nas cicatrizes como uma troca: a nova mama por uma cicatriz. Por isso devemos escolher com cautela o tipo mais adequado ao seu caso. Habitualmente situadas em áreas onde podemos escondê-las sob um biquíni, podem ser em forma de T invertido, mini T invertido, em i e periareolares. Tornam-se apenas discretas, tanto pela sua localização escondida ou camuflada, como pelo amadurecimento e clareamento das mesmas. Teremos o maior cuidado com a técnica cirúrgica e utilização de fios de sutura adequados para minimizar as reações teciduais, e assim otimizar seu processo cicatricial. Mas é importante lembrar que uma boa cicatrização depende mais de fatores intrínsecos ( próprios) do organismo do paciente do que propriamente da técnica cirúrgica e fios usados. Cada pessoa se comporta diferente da outra com relação a cicatrização, sendo um evento individual e com muitas variações. Prurido (coceira), ardor, pinicadas, falta de sensibilidade e vermelhidão ou arroxeamento podem ocorrer em qualquer cicatriz, habitualmente de maneira temporária e cada vez menos intensa. Toda cicatriz passa por três fases, que não podem ser apressadas:
- até o dia 30 são finas e pouco visíveis, podendo apresentar vermelhidão por reação aos pontos ou ao curativo.
- do dia 30 ao mës 12 apresentam espessamento natural, vermelhidão ou arroxeamento e mudanças em sua tonalidade, e vão clareando aos poucos.
- do mês 12 ao 18 torna-se habitualmente mais clara e mais fina, atingindo seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado só pode ser feita nessa fase.
Infelizmente não existe nenhuma forma de se prever o comportamento cicatricial de uma pessoa, nem exames complementares, provas clínicas, cicatrizes anteriores. Cada cicatriz é uma nova viagem, de destino provável mas imprevisível, e devemos seguir as orientações para uma chegada melhor. Por isso, obedeça aos cuidados pós-operatórios, que lhe serão exaustivamente explicados .
O ideal é que você se programe para não levantar os braços e nem fazer esforços físicos por no mínimo 20 dias depois da cirurgia de mamas. Dirigir, levantar um notebook, colocar um bebe nos braços, cozinhar, praticar esportes, tudo isso fica proibido por cerca de um mês, e você deve se preparar para esses cuidados. Se não forem seguidos a risca, podem colocar todo o nosso esforço a perder, lhe causando grandes problemas. Habitualmente temos pós-operatórios muito tranquilos, quando seguidas as orientações depois da cirurgia.
Devemos sempre lembrar que teremos edemas (inchaço), equimoses (manchas roxas), aumento ou diminuição da sensibilidade, diferenças entre os dois lados, em maior ou menor grau, em praticamente todas as pessoas. Esses eventos fazem parte da evolução pós-operatória normal, e tendem a regredir com o tempo. E uma coisa importante: por ser uma cirurgia bilateral, cada lado do corpo se comporta de um jeito, como se fossem duas cirurgias, em duas pessoas diferentes. Diferenças entre os dois lados são comuns e normais, depois tendem a simetria. Lembre-se que nenhum resultado de cirurgia para aumentar as mamas deverá ser avaliado antes de 3 meses depois da cirurgia. E sim, o tamanho tende a diminuir com o tempo, principalmente durante os 6 primeiros meses. Tenha paciência. Estaremos sempre ao seu lado para todas as suas necessidades e dúvidas.